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Marcha pela vida nas periferias: contra os despejos e a violência policial

Em Floripa, a vida em nossas periferias têm sido muito difícil: cesta básica mais cara do país, transporte ruim, falta emprego, pouco acesso à saúde e educação, e descaso com a moradia, piorada após o Golpe de 2016, vários ataques aos direitos e cortes no orçamento por causa da EC 95 (PEC da Morte).

Ao mesmo tempo, faltando dois meses pro ano acabar, a PM já matou mais gente em 2020 do que em todo o ano passado, que já tinha sido um número absurdo. E não é qualquer um que morre: a polícia só chega atirando e executando quando é na periferia, matando principalmente negros e negras, numa política genocida e racista.

Floripa por falta de vontade dos prefeitos, é a única capital que não fez projeto e captação de recursos para a Faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida pra atendimento de populações vulneráveis Sem Tetos e Moradores em Situação de Rua. Gean não tem nenhum compromisso com a moradia e inclusive acabou com a Secretária de Habitação.

As elites e seus fantoches no governo – como Gean, Moisés, Bolsonaro e Guedes – com seus vereadores reacionários querem despejar e matar o povo através do projeto de lei inconstitucional, o PLC 1801/19, pra realizar despejos imediatos nas comunidades, sem defesa e autorização judicial, enquanto deixa ricos regularizarem construções irregulares, não aplicando a lei da regularização social aos vulneráveis e nem os artigos 253 e 254 do Plano Diretor, de combate aos vazios urbanos e a especulação imobiliária dos ricos.

Esta situação também é prova da total falta de vontade politica dos atuais governantes municipal, estadual e federal, em fazer cumprir a função social de prédios públicos ociosos e vazios, que bem poderiam ser reformados e servir de moradia para Sem Tetos e Moradores em Situação de Rua, que são tratados de forma desumana pelo prefeito, sem dignidade alimentar, sanitária, de alojamento e segurança cidadã, no abrigo da Nego Quirido.

Soma-se a tudo que estamos em plena pandemia, que atinge seu índice maior de contaminação, por conta do descaso com testagem em massa para ações preventivas hospitalares e sanitárias, bem como de assistência social de segurança alimentar, para garantir isolamento social e evitar a atual situação de lotação total dos respiradores e UTIs.

Para confirmar o descaso com a vida, o governo Bolsonaro tentou passar um decreto para iniciar a privatização do SUS, mas foi obrigado a recuar. Mesmo assim, continua sua política de cortar do SUS para botar no privado. Há relações imorais também, como o grupo econômico ligado ao ministro Guedes passar a ser um dos principais acionistas do Hospital Baia Sul de Floripa. Nem uma linha disso saiu na imprensa local canalha, que esconde tudo do povo.

Contra estas injustiças e maracutaias, que deixam os ricos lucrando enquanto trabalhadores sofrem e morrem, nós em defesa da vida do povo, estamos na luta e nas ruas e convidamos todas e todos para juntos mudar esta realidade, através da denúncia e mobilização, na luta por direitos, neste ano eleitoral, contra todos que negam nossos direitos básicos da vida!

EM DEFESA DA VIDA NAS PERIFERIAS:
FORA GEAN, MOISÉS, BOLSONARO E GUEDES!
NÃO AO NEOLIBERALISMO E FASCISMO!
BASTA DE VIOLÊNCIA POLICIAL!

Repórter Popular | Estudantes em greve se somam à comunidade do Mocotó na luta contra a violência policial, em Florianópolis (SC)

Notícia publicada no portal Repórter Popular.

Na última terça (24), cerca de 100 estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) se mobilizaram para participar junto à comunidade do Morro do Mocotó deum ato contra a violência policial na comunidade.O ato surge como uma resposta a vários episódios de ataques policiais à comunidade, em particular uma ação realizada no dia 12 de setembro, quando duas pessoas foram baleadas e tiros de bala de borracha foram disparados contra crianças e uma mulher grávida.

Em março deste ano, o Mocotó já havia fechado com uma barricada o trânsito na rua Silva Jardim, em frente à comunidade. Naquele momento, já denunciavam o aumento das mortes causadas pela Polícia Militar e o toque de recolher imposto à comunidade. Desde agosto de 2018, há uma base policial instalada no alto do morro, entre o Morro do Mocotó e o Morro da Queimada.

A manifestação foi incluída no calendário da greve de estudantes de graduação e pós-graduação da UFSC, que iniciou no início do mês de setembro.

Ato é resposta a vários episódios de ataques policiais à comunidade | Foto: Reprodução

As reivindicações da greve envolvem a liberação da verba contingenciada pelo Governo Federal, a reposição do Orçamento previsto para 2020, a restituição das bolsas de pesquisa cortadas ao longo de 2019 e o arquivamento do Programa Future-se.No dia 4 de setembro, o Conselho Universitário da UFSC se posicionou contrário ao Future-se, decisão adotada pela maioria das federais no país. Ainda assim, estudantes seguem em luta contra as demissões realizadas de trabalhadores terceirizados e as ameaças de cortes nas bolsas e políticas de assistência, medidas anunciadas caso não haja restituição das verbas.

Além da participação de estudantes grevistas, o ato também contou com o apoio de militantes das ocupações urbanas e de direitos humanos da cidade.

Após o trancamento da via em frente à comunidade por cerca de uma hora, moradores relataram que a realização do ato poderia desencadear uma retaliação violenta da polícia e que o apoio de estudantes e parceiros da comunidade seria fundamental.

A manifestação decidiu, então, subir o morro como um gesto simbólico de compromisso e apoio aos moradores, muitos dos quais não haviam se somado por receio da Polícia Militar, que esteve presente durante todo o ato.

Policiais portando armas letais, sem identificação e com os rostos mascarados estiveram no ato | Foto: Reprodução

Ao chegar no alto da comunidade, a manifestação se deparou com diversas viaturas policiais, incluindo policiais portando armas letais, sem identificação e com os rostos mascarados. Uma negociação buscou chegar a um compromisso de identificação dos policiais e de que não haveria retaliação policial à comunidade, porém sem sucesso.Apenas após cerca de duas horas, em que manifestantes e a comunidade ficaram em vigília em frente ao posto policial, foi possível negociar um acordo de saída, com a presença de advogadas populares e do vereador Lino Peres (PT).

Pelo fim da violência, em defesa de serviços públicos e direitos sociais

Além da denúncia da violência policial, a tônica da manifestação foi a reivindicação de mais serviços públicos e direitos sociais na comunidade, através de creches, escolas, saúde, assistência social, moradia e promoção da cultura.

Na fala dos moradores e organizadores do ato, a presença do Estado na comunidade está quase restrita às forças repressivas, enquanto as verdadeiras soluções para as dificuldades vividas pela comunidade se encontram na garantia de todos esses direitos negados, não apenas no Morro do Mocotó, mas em todas as comunidades de periferia da Grande Florianópolis.

A presença da greve estudantil na manifestação serviu para esse intuito, de ressaltar a importância da defesa da educação pública e gratuita, com acesso e permanência para a juventude periférica, e buscou iniciar um vínculo entre o movimento estudantil e comunitário, a partir das pautas comuns e mais urgentes a esses setores.

As lideranças da comunidade convidaramas estudantes a estender seu apoio de forma permanente, contribuindo com um projeto de agroecologia que está sendo articulado no morro.

No próximo sábado (5) haverá um primeiro mutirão, ao qual estudantes se comprometeram a apoiar.

A greve da UFSC deve somar forças com a comunidade do Mocotó contra a violência policial

ATUALIZAÇÃO: O ato foi adiado por causa da chuva na sexta-feira (20) e acontecerá na terça-feira (24), às 14h, no mesmo local. As estudantes da UFSC em greve convocam uma concentração às 12h, no Centro de Convivência da UFSC, para produzir materiais e organizar o bloco de solidariedade que irá para o ato.

Nesta sexta (20), as moradoras e moradores do Morro do Mocotó convocam um ato contra a violência policial, após uma ação em que a Polícia Militar de Santa Catarina baleou dois jovens e chegou até a atirar com balas de borracha contra crianças. Esse novo incidente apenas reforça a postura típica que a PM tem nos morros e periferias da cidade, de genocídio e opressão.

Convocamos todos os Comitês de Greve da UFSC a se solidarizar com essa luta, mobilizar esforços para participar do ato e incluí-lo nos seus calendários de mobilização. Precisamos cercar de solidariedade as lutas populares da cidade e criar vínculos junto aos demais setores que dependem da educação pública.

O quê: Ato da Comunidade do Morro do Mocotó Contra a Violência Policial
Quando: Sexta (20), às 14h
Onde: Na entrada do Mocotó, início da Servidão Siqueira, Centro

PELO FIM DO ABUSO POLICIAL NAS PERIFERIAS!
MAIS FORTES SÃO OS PODERES DO POVO!

Coletiva Centospé,
17 set. 2019