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Nota do MOB-MG sobre o despejo ilegal da Ocupação Vila Fazendinha

Publicamos, abaixo, nota de solidariedade à luta por moradia em Belo Horizonte, que a RPE Floripa assinou.

O Movimento de Organização de Base (MOB) vem a público expressar sua mais profunda indignação diante do despejo ilegal e injusto ocorrido neste final de semana, dia 3 de janeiro de 2021, na Ocupação Vila Fazendinha, no Calafate, em Belo Horizonte.

A Vila Fazendinha, que abrigava seis famílias desde os primeiros meses de 2020, buscou meios de proporcionar vida digna para mais outras tantas famílias que coubessem no grande terreno abandonado ao lixo e às doenças pelos órgãos públicos, propriedade que não cumpre sua função social há muito tempo.

Em noites chuvosas, os barracos foram erguidos. Os pés imersos na lama nos indicava a esperança erguida nas alturas.

O Movimento de Organização de Base, tendo por princípio a solidariedade, agregou, em luta, militantes das mais diversas organizações sociais e políticas de tal modo que conseguimos irradiar um filete de esperança e de amor em militância por uma vida digna, o que passa necessariamente por moradia digna.

Não obstante isso, a ordem de desocupação anunciada pelo batalhão de choque da Polícia Militar não possuía qualquer fundamentação legal, pois não era caso de flagrante, não existia decisão judicial mandando despejar, o terreno estava totalmente abandonado e nem sequer documento de propriedade sobre o terreno foi apresentado.

A PM-MG, com tropa de choque sitiou a área, fez uma pressão enorme, usou de coação e garantiu trabalhadores da prefeitura e guarda municipal derrubarem as barracas de lona preta e ao final despejar as cerca de 100 famílias da Ocupação Vila Fazendinha.

O Governo do Estado de Minas Gerais, a Prefeitura de Belo Horizonte e a Polícia Militar de Minas Gerais ignoraram totalmente que moradia é um direito constitucional e que a propriedade deve cumprir a sua função social. O despejo efetivou-se depois de longa resistência. Vimos mais uma vez o braço armado do Estado cumprindo a Constituição Imperial de 1824, a que garantia direito absoluto a propriedade, e violando de forma cruel a Constituição Federal de 1988, a que exige função social da propriedade e garante o direito a moradia.

Vimos o Estado pisoteando na dignidade da pessoa humana de centenas de pessoas e impedindo o cumprimento de um direito sagrado e constitucional: o de morar dignamente.

A história demonstra que jamais injustiça social se resolve com repressão. O Estado fez o despejo e as famílias foram jogadas na rua. E agora? Cadê a política pública de moradia da Prefeitura de Belo Horizonte, do Governo de MG e do Governo Federal? Enquanto milhares de juízes, promotores, desembargadores e ministros recebem cerca de 5 mil reais de auxílio moradia, mais de 7 milhões de famílias continuam sem moradia e crucificadas pela pesadíssima cruz do aluguel ou pela humilhação que é sobreviver de favor ou jogado nas ruas.

As barracas foram ao chão, nossos sonhos não! Exigimos moradia para todas as famílias despejadas. Permaneceremos em luta por uma VIDA DIGNA!

MOVIMENTO DE ORGANIZAÇÃO DE BASE – MG,
Belo Horizonte,
5 de janeiro de 2021

Assinam a nota do MOB-MG:

Organizações Locais
– MLB
– COMPA Coletivo Mineiro Popular Anarquista
– Resistência Alvinegra
– Espaço Comum Luiz Estrela
– Resistência Popular Sindical MG
– Bella Gonçalves – Vereadora de Belo Horizonte (PSOL)
– Frente ampla do movimento 8M Unificado da RMBH
– Associação Nacional dos Geógrafos Brasileiros – Sessão local Belo Horizonte
– APUBH – Sindicato dos professores de universidades Federais de Belo Horizonte e Montes Claros
– Max Mol – SINDUTE sub- sede Barreiro
– Frente ampla do movimento 8M Unificado da RMBH
– Diretório Acadêmico da Escola de Belas Artes – UFMG
– Coletivo Voz Rouca
– Kasa Invisível
– Frente Mineira Drogas e Direitos Humanos e a Marcha da maconha
– Mandato da vereadora Iza Lourença – PSOL BH
– Mandato da Deputada Estadual Beatriz Cerqueira – PT/MG
– Partido Comunista Brasileiro – MG
– União da Juventude Comunista – MG
– Unidade Classista – MG
– Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG)
– Luta Popular MG
– Brigadas Populares
– MTD Movimento de trabalhadores por Direitos -MG
– MCT- MG – Movimento Comunitário Trabalhista
– União da Juventude Comunista – MG

– Evangélicas pela igualdade de gênero -EIG BH

Organizações Municipais
– Resistência Popular Vale dos Sinos
– MAP – Movimento Luta Autônoma – Londrina/Paraná
– Ateneu Libertário A Batalha da Várzea
– Resistência Popular Estudantil Marília
– Resistência Popular Estudantil Rio de Janeiro
– Resistência Popular Estudantil Floripa
– Resistência Popular Alagoas

– Coletivo Cultural Vianinha

Organizações Estaduais
– MOB/RJ
– MOB/ PR
– MOB/ PA
– FARJ – Federação Anarquista do Rio de Janeiro
– OASL – Organização Anarquista Socialismo Libertário
– Resistência Popular Comunitária RS
– LEDUB – Laboratório de Estudos das Transformações do Direito Urbanístico Brasileiro (coord. Prof. Alex Magalhães)
– Coletivo Negro Minervino de Oliveira

– Mulheres Resistem Rio de Janeiro

Organizações Federais
– CAB – Coordenação Anarquista Brasileira
– Mandato da Deputada Federal Áurea Carolina (PSOL)
– PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
– Mandato do Deputado Federal Rogério Correia – PT/MG
– Coletivo LGBT Comunista

– Coletivo Feminsta Classista Ana Montenegro

Organizações Internacionais
– Centro Social de Cabin 9, Perez (Santa Fe, Argentina)

Só a luta popular põe freio na barbárie: todo apoio à luta na UFFS

Na última quinta-feira (29), o mesmo governo que desmonta a educação pública, corta verbas em ciência e tecnologia, propõe a privatização da gestão das universidades federais e persegue política e ideologicamente as e os estudantes e trabalhadores, lançou sua ofensiva de absurdos sobre a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).

Bolsonaro nomeou para o cargo de reitor um professor fundamentalista religioso, apoiador radical do governo, academicamente medíocre e que fez uma votação insignificante quando da eleição para a reitoria. Marcelo Recktenvald, que já usou verba pública para estudar “coaching cristão” na instituição, agora é nomeado interventor do governo em mais essa manobra autoritária e antipovo.

A UFFS, instituição cuja história é ligada às lutas populares, erguida pela força e pela militância incansável de estudantes e trabalhadores/as do campo, é marcada pelo já histórico descaso institucional e midiático com o interior do país. Um descaso que envolve, inclusive, as organizações de esquerda e os movimentos sociais, mesmo os ligados à educação e às instituições de ensino, que pouco ou nada articulam e organizam junto ao brasil periférico e rural.

A Universidade que se estende em três estados brasileiros, com cinco campi e mais de oito mil alunos, é uma instituição alinhada aos povos do campo e da floresta, uma demanda e uma conquista da nossa classe e a força das e dos estudantes de pronto mostrou resposta a mais esse absurdo.

Agora, desde o anúncio desta intervenção do governo Bolsonaro, a comunidade finca o pé pela nomeação da chapa eleita, exigindo a retirada imediata do interventor bolsonarista da cadeira da reitoria.

Com combatividade e ação direta, alunas/os, servidoras/es, técnicos e movimentos sociais ocuparam já na sexta-feira a reitoria da Universidade, estendendo em seguida a ocupação para o Campus Cerro Largo. Assembleias, marchas, piquetes e mais ocupações estão na agenda da luta e toda solidariedade é necessária diante da ofensiva do governo federal contra a autonomia.

SAUDAMOS as e os estudantes em luta, com toda solidariedade e com todo apoio;

APONTAMOS que é com ação direta e de base, sem negociações com governos e patrões, que o movimento estudantil deve pautar o caminho das lutas em todo o país. Só a luta popular pode colocar freio no avanço dos de cima sobre nosso direito ao futuro;

CONVOCAMOS coletivos, centros e diretórios acadêmicos, partidos, grupos e organizações a se somarem na divulgação e no apoio à luta na fronteira sul

E seguimos de pé, lado a lado, ombro a ombro e de punho erguido diante de mais esse ataque! A educação do povo não se vende, se defende.

TODO APOIO À LUTA NA UFFS!

NÃO À INTERVENÇÃO! PELA AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA!

NÃO AO FUTURE-SE E AOS DESMONTES NA EDUCAÇÃO PÚBLICA!

FORA MARCELO!

Assinam:

Resistência Popular Estudantil – Porto Alegre/RS
Resistência Popular – Fronteira Sul
Juventude Rosa Negra – Belo Horizonte
Resistência Popular Alagoas
Resistência Popular Estudantil – RJ
Resistência Popular Estudantil – Marília
Coletiva Centospé – Florianópolis/SC

Reitoria da UFRGS akilombada pelo moviento negro na defesa das cotas

Depois de dificultar de várias formas a participação social na Comissão de Aferição das Cotas Raciais, por fim a UFRGS baixou Portarias que abriram brechas para fraudes na política de cotas raciais, o que pode retirar vagas de estudantes negros(as) ou indígenas. Por isso, desde ontem a Reitoria foi ocupada.

Todo apoio ao akilombamento da Reitoria da UFRGS!
Nenhum cotista a menos!

Reproduzimos abaixo a nota do grupo Balanta – Nenhum Cotista a Menos:

NOTA SOBRE O AKILOMBAMENTO NA REITORIA DA UFRGS
Diante das últimas decisões tomadas pela reitoria da UFRGS em relação à política de cotas raciais e a Comissão de Verificação de Candidatos às Cotas Raciais, o movimento Balanta com o apoio dos demais coletivos negros e movimentos sociais está neste momento com a reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul AKILOMBADA. Não há previsão de desocupação devido à falta de diálogo por parte da reitoria.