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O que os professores do CTC/UFSC pensam sobre ações afirmativas

A notícia foi atualizada no dia 30/11/2020 para incluir a informação de que um dos professores na conversa por e-mails se elegeu como representante docente do CTC no Conselho Universitário da UFSC.

No ano passado, logo após um jornada de lutas e a greve na UFSC, recebemos mensagens enviadas pelo professor Sergio Colle à lista de emails do Centro Tecnológico (CTC/UFSC). As mensagens eram nitidamente racistas e misóginas. Você pode ler esse material na nossa reportagem especial do Vaza-Colle.

No último mês, recebemos mais um pacote de mensagens da mesma lista institucional de e-mails, só que agora não apenas do professor Colle embora, não surpreendentemente, ele também esteja entre os ilustríssimos. As mensagens discutem a aprovação, pela Câmara de Pós-Graduação (CPG), da resolução normativa que prevê ações afirmativas em toda a Pós-Graduação da UFSC, posteriormente aprovada também no Conselho Universitário (CUn). A aprovação ocorreu com unanimidade no CUn no dia 27 de outubro, com votos favoráveis inclusive da representação do CTC, visto que o diretor Edson De Pieri e o representante docente Márcio Holsbach felizmente não sustentaram as posições proferidas na lista de e-mails do centro. No entanto, o próximo representante docente do CTC no CUn, Gregorio Varvakis, é um dos professores nesses e-mails.

Compartilhamos aqui as mensagens que recebemos, com veracidade comprovada por nossas peritas, para que todas possam conferir esse debate “ridículo, imbecil e que só envergonha quem participou desta bobagem”, emprestando as palavras de um dos docentes.

Ao longo de todo o mês de outubro, o conjunto das agressões vistas abaixo foram veiculadas na lista Discussões CTC, onde estão cadastrados cerca de 200 docentes, mais da metade do corpo que atua no Centro, sem que houvesse um único e-mail expressando repúdio ou mesmo desacordo com aquilo que era proferido.

Os professores aqui, como se pode perceber nas fotos, são todos homens cis brancos temerosos de perderem seu espaço de hegemonia garantido historicamente. Sem coragem para apresentar seu racismo, capacitismo e aversão às pessoas pobres por aí,  restringem-se a reclamar, agredir e ofender dentro de uma lista de e-mails onde se consideram maioria

Consideramos que é de interesse de toda a comunidade universitária e da sociedade saber o que é dito por professores de nossa instituição e o que eles esperam dos caminhos de nossa universidade, pois sua visão tem relação direta com a postura que adotam nas salas de aula e na gestão de nossa instituição.

Pois não passarão! A luta segue para uma UFSC, e uma pós-graduação, cada vez mais preta, indígena, quilombola, trans, com mulheres, pobres e pessoas com deficiência. E seguimos desde baixo pra fazer com que não haja paz para os de cima!

A íntegra dos e-mails pode ser acessada aqui.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como e por que a Centospé está divulgando e-mails públicos de Sergio Colle


A Coletiva Centospé publica hoje uma reportagem explosiva mostrando mensagens enviadas pelo professor
Sergio Colle, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), vinculado ao Departamento de Engenharia Mecânica (EMC/CTC) e aos Laboratórios de Engenharia de Processos de Conversão e Tecnologia de Energia (LEPTEN). Todas elas foram escritas por Colle, no primeiro semestre de 2019, na lista de e-mails Discussões CTC, onde estão inscritos a maior parte dos professores do Centro Tecnológico da UFSC.

O professor figurou nas notícias da mídia local no dia 14/06, Greve Geral, após ter estacionado seu carro em frente a um piquete na UFSC e ter aplicado uma prova a seus estudantes às 7h30 da manhã – enquanto seu carro foi riscado em diversos locais e teve os pneus esvaziados. Enviadas por uma fonte anônima, as mensagens abaixo apresentam oito motivos (recentes) pelos quais Sergio Colle mereceu ter seu carro depredado.

1. Ao atacar as cotas e as cotistas

Inventando quem foi que depredou seu carro.

Qual o nome daquele crime quando alguém chama “sobretudo os cotistas” de simiescos (macacos), mesmo?

Usando “cotista” como um sinônimo de quem ele discorda politicamente.

 

2. Ao atacar as mulheres

Falando sobre o evento Mulheres na Energia Solar.

Ao interpretar a motivação das feministas.

Nesse caso, conseguindo em poucas linhas atacar cotistas e mulheres. Segundo Colle, tem votos excessivos de mulheres na universidade.

 

3. Ao atacar gays e lésbicas

Falando sobre Glenn Greenwald, nosso parceiro no jornalismo investigativo, casado com o atual deputado federal David Miranda.

Gays equivalentes a heterossexuais: “eu tenho medo”.
Teorizando sobre o vale… da devassidão.

4. Ao louvar o ditador fascista Franco da Espanha, Pinochet do Chile, a ditadura civil-militar brasileira…

Várias…
e várias…
e várias…

e várias vezes.
O Franco tá morto, babaca!

5. Ao se demonstrar um olavete de carteirinha

E se identificar muito com o “Imbecil Coletivo”

 

6. Por criticar a universidade pública enquanto ganha mais de 17 mil reais por mês de salário limpo

Aliás, você reparou que os e-mails que ele manda são sempre em horário de trabalho?

E ainda pedir ajuda do MBL para pagar o conserto do seu carro.

7. Por não entender que “Contra os cortes na educação” é uma mensagem em defesa da educação

Não é isso que vemos no vídeo abaixo, não é Collie?

 

8. E, em geral, por ser apenas uma pessoa horrível

 


É por essas e por tantas outras mais que afirmamos que não tem espaço para Sergios Colles na UFSC.

Ei, Colle, a luta continua por uma universidade repleta de tudo que você odeia, cheia de mulheres, pessoas trans e travestis, povo negro e indígena, universidade a serviço do povo, dos movimentos sociais e da superação do capitalismo!