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O que é uma tendência estudantil?

UMA TENDÊNCIA ESTUDANTIL É UM:

– Grupo político-social que se une através de princípios de luta e organizacionais;

–  que busca a transformação do seu local de atuação através da inserção em movimentos populares e da criação de possibilidades de luta independentes a partir da organização popular em bairros, periferias, universidades, escolas, grupos oprimidos na sociedade;

–  situado entre as esferas de atuação do social e do político-ideológico, ou seja: não é um movimento social, onde há pluralidade de ideias, diferentes metodologias de trabalho e menor compromisso político por parte de suas militantes, e tampouco uma organização política, pois não reivindica uma ideologia específica. Dentro da leitura dos círculos concêntricos, a tendência se situa no nível intermediário, de uma agrupação político-social;

–  que é independente, com autonomia em relação às organizações políticas e entidades externas;

–  cujo horizonte é impulsionar a organização das lutas para conquistar pautas relativas ao seu local de inserção, como um diretório ou centro acadêmico, um curso de graduação, uma escola secundarista, etc. Em última análise, o horizonte da tendência estudantil seria criar novas tendências, replicar seu método de trabalho, com combatividade e organização, a fim de se colocar na cena política e conquistar pautas importantes nesses lugares, aumentando seu campo de influência no movimento estudantil.

QUAL É O PAPEL DE UMA TENDÊNCIA ESTUDANTIL?

–  Uma agrupação de tendência deve ter uma metodologia para reuniões periódicas com pautas definidas previamente para sua objetividade e bom aproveitamento;

–  organizar e participar dos movimentos populares de massas, mas sem se limitar e ser levado a reboque pelos mesmos, e por isso deve sempre tirar linhas de atuação para intervir nos acontecimentos de seu local;

–  fazer a análise e mapeamento das forças políticas que existem no seu local de atuação, bem como debater as pautas locais e globais que atravessam seu campo de atuação;

–   estar sempre atenta para fomentar e propor alternativas de lutas nos espaços de inserção que dialoguem e estejam em consonância com seus princípios de atuação e organização, fomentando ações combativas sobre temas de sua categoria de atuação e inserção.

ASSIM, O QUE NÃO É UMA TENDÊNCIA?

–  Não é um grupo de amigas ou amigos, devemos nos entender como companheiras e companheiros, com respeito e cuidado, mas com vínculos pautados em nossas lutas ombro a ombro e não em relações de amiguismo;

–  não é uma organização político-ideológica;

–  não é uma organização de massas ou movimento social;

–  não deve ser de responsabilidade de uma tendência a análise política conjuntural e geopolítica de toda a sociedade, sem priorizar, portanto, responder questões fora de seu âmbito de atuação, pois tais análises muitas vezes implicarão em um recorte ideológico e devem ficar à cargo das organizações políticas, as análises de conjuntura devem estar focadas nas demandas da luta estudantil;

– não deve ser prioridade da tendência a formação teórico-ideológica de sua militância, procurando os debates e as atividades formativas que contribuam para o avanço das lutas em seu contexto.

Assinam o texto as Resistências Populares Estudantis de Araraquara, Florianópolis, Marília, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.